E sai um ser humano para a mesa do canto!

Pela primeira vez na história deste blog (6 meses, recentemente completos), recebi uma sugestão via mail. Aproveito para agradecer os mails que tenho recebido nestes últimos dias. (Não foram resmas, mas foram duas pessoas! Bem bom). Obviamente que nos faz sentir bastante bem, ouvir que alguém aprecia o que fazemos, mesmo que seja somente um blog…

E passando à sugestão do Paulo Fontes, vou-vos mostrar e comentar alguns excertos de um texto da autoria do mesmo.

“Ser(emos) Humano(s)?”, pergunta Paulo Fontes,

Todas as pessoas que vivem neste singelo e maravilhoso planeta são Seres Humanos. Um ser vivo com emoção, razão e alma, que nasce, cresce, amadurece, morre e consoante a grandeza da sua alma é julgado como tal! Bem, neste último aspecto cada qual tem a sua visão e opinião. Respeito e compreensão deveremos ter! É igualmente, de suma importância não descurar a linda história da mente e da emoção que todos nós temos. Actualmente, mais do nunca, o combate entre a religião e ciência ultrapassa as fronteiras do racional. Mais doente anda, obviamente, a religião, uma vez que o radicalismo tem triunfado muito através dela. Efectivamente, a ciência, também, tem provocado atrito, embora não tanto como a religião. Como é óbvio, a religião não tem culpa nenhuma… O Homem é que faz das suas…!

O duelo Religião/Ciência, sem dúvida que tem sido um dos duelos polémicos da nossa sociedade. Facilmente dizemos que a Religião não deveria querer influenciar determinadas áreas que pertencem ao domínio da Ciência. (Quem são os padres, para nos dizer que não devemos usar preservativo? Serão eles que cuidarão dos nossos filhos, ou que ficarão com as possíveis doenças?). Estas, e muitas outras, foram questões que ficaram na nossa história. Deve a Religião proibir o avanço da Ciência? Deve a Religião, usar o seu nome, para desencadear guerras? Na minha opinião não. E chamar-lhe ia hipocrisia barata, se continuasse nesta linha de pensamento. Mas a questão do texto leva-nos por outro caminho: Em nome da Ciência, ou em nome da Religião, ou em nome do que quer que seja, as acções, são acções humanas. É o homem que pensa, que decide, que age… usando como “desculpa” uma autoridade que lhe permita exercer algum poder.

Mas este Homem é Ser Humano e por algum motivo e/ou causa faz o que faz e com o interesse que tem. Veja-se o exemplo dos terroristas… Estes nascem respirando ódio, crescem num berço de ódio, brincam com ódio, adoram ódio… e querem morrer pelo ódio. Tal ambiente cria escuridão na nossa alma, mas lá no fundo mora uma emoção. Todos nascemos com emoção, mas nem a todos lhes é possibilitado semear o amor. (…). Parece-me errónea a divisão entre “homens maus” e “homens bons”…! Certamente, seria melhor dizer que somos todos, mas TODOS, Seres Humanos…uns com a emoção blindada e outros não! Quando alguém nos bate como reagimos?! Quando alguém viola um nosso parente/amigo como reagimos?! Se alguém nos rouba algo, o que fazemos?! Reagimos, seja quem for, com raiva, ódio…! Se não formos educados com amor, afecto, o que seremos quando formos adultos? Seremos inseguros, transpiraremos medo, ódio…! Se não recebermos exemplos dos nossos pais e professores, se não recebermos amor por parte dos mesmos, como poderemos ter paixão pela vida, pela nossa mente, pela natureza, pelo sucesso e, também, pelo insucesso?

Não deixa de ser engraçada, a visão romântica de que “amor cria amor”, e de que se formos tratados e educados com esse amor, saberemos ser honestos. E ao termos o amor liberto em nós, podemos ser chamados dos tradicionais “homens bons”. Quanto a mim, talvez não seja assim tão linear. A educação é fundamental, e se os terroristas existem, de facto, é por sempre terem vivido e conhecido somente um ambiente hostil de tradição de morte. Mas se não formos tão extremistas, como usando exemplos como o terrorismo, vemos que todos nós temos o nosso lado mau e o nosso lado bom, tal como nos exemplos dados nos excerto, de reagirmos mal quando alguém toma para connosco uma acção que nos prejudique de algum modo. Será essa a prova de que o “lado mau” existe em cada um de nós?
Existirão os “homens maus”, que são inerentemente maus, desonestos, sem princípios, mas que de vez em quando também sentem e amam…E os “homens bons”, que são inerentemente bons, preocupados com os outros e apaixonados, mas que também sabem ser “uns grandes filhos da p***, quando lhes pisam os calos”? E a diferença entre uns e outros estará somente na educação, ou terá algum dedo genético? (Outra das típicas dualidades).
Está o nosso lado mau, ligado à nossa necessidade de sobreviver em sociedade (isto é, de ser bem sucedido), à necessidade de ter algum poder perante o mundo? Se uns se usam das bengalas da religião para poderem impor a sua opinião, outros usarão actos ilícitos, e outros ainda lutarão em nome de qualquer outra coisa, mas na verdade todos querem chegar à mesma meta: o sucesso. O alcançar dessa meta, será sim, puramente humano, os meios, são os aprendidos, e os que parecem resultar melhor num dado tempo, e num dado contexto.

“(…)Para tal, ressalve-se que é imprescindível ensinar, dando exemplos verdadeiros e sensatos, o amor pela vida, o amor pela dúvida; incentivar os alunos/filhos a pensar, a amar, a dar e a receber, a ceder; estarmos preparados para o sucesso, assim como para o insucesso; sermos transparentes; amarmos o nosso “eu”; sermos os verdadeiros artistas do palco da emoção; sermos verdadeiros pensadores, … é o desafio que se coloca! (…).

Estes serão sem duvida pontos-chave na educação do mundo. No entanto, e correndo o risco de uma visão um pouco mais pessimista, os seres humanos, serão sempre humanos, e dificilmente largarão completamente o seu lado negativo e os seus actos e palavras mais tristes. Fazem parte dele. Mas com a melhoria na educação, seríamos todos homens “inerentemente bons”. Diminuindo as acções negativas, daqueles que antes, agiam por maldade, as respostas negativas “dos bons” diminuiriam com o tempo, até à sua extinção…ou até ao regresso dos “homens maus”. Bastaria uma única acção negativa para desencadear novamente um ciclo vicioso em torno da maldade…

E será por isso que não vale a pena lutar pela educação? Será por isso, que vemos cada vez mais uma desistência de lutar pelos valores?

Um dia estaremos tão consumidos por actos sem educação, que o caminho para o sucesso necessitará somente da honestidade. E aí a selecção natural fará com que a educação melhore, e a “bondade” prolifere.

A “diferença que faz a diferença” será ser diferente pela positiva.
Pelo menos por uns tempos…

Este foi um post também ele diferente, e não sei se foi ao encontro do pedido, mas anyway, foi a minha “primeira encomenda de post”, não iria deixar de fazê-la ^^

E porque o Psicologicamente também satisfaz os vossos pedidos (só os de posts, atençãozinha):
Psicologicamente procurando a diferença que faz a diferença…